Indo ao encontro do pensamento de Samuel Bochart,
a atribuição do nome pré-romano da cidade de Lisboa, Olisipo ficaria a
dever-se aos Fenícios e quereria dizer “porto seguro” (Allis Ubbo), dado o
porto existente no estuário do Tejo.Esta explicação é, por sua vez, refutada
pelos autores da antiguidade, que procuram explicar a origem da palavra Olissipo
através da lenda mítica segundo a qual o herói grego Ulisses teria fundado uma
cidade na península ibérica, em local incerto.
A sua localização estratégica, o terreno
acidentado e a proteção natural perante o estuário do Tejo fizeram com que a
cidade fosse naturalmente cobiçada por diversos povos, tendo sido, não raras
vezes, invadida (visigodos, suevos em 500 d.C., árabes em 700 d.C) . Esta
miscigenação de raças, esta herança cultural, fez com que Lisboa se
desenvolvesse com características muito peculiares. Os vestígios destas
invasões encontravam-se largamente presentes na fisionomia arquitetónica das
zonas nobres da capital até ao então fatídico terramoto de 1755. Este teve
maiores repercussões nas zonas mais urbanizadas da cidade: Baixa, Castelo e a
zona do Carmo. O projeto de reconstrução pombalina das zonas afetadas fez com que
o coração da capital passasse a ser falado em todo o mundo pelo facto de
obedecer a planos inovadores, baseados em ruas alinhadas e constituído por
edifícios com resistência a ações sísmicas. O porto de que os Fenícios falavam
continua a assumir protagonismo no mundo em mudança face à sua localização.
Face a esta herança, face à diversidade de povos
que passaram por aqui, face aos obstáculos com que se deparou, graças à sua
beleza natural, graças à hospitalidade das suas gentes, não admira que Lisboa
esteja entre as 10 cidades mais bonitas do mundo, na votação levada a cabo pela “Urban
City Guides”.
(Texto e fotografia de Elisabete Gomes)
0 minis fresquinhas :
Enviar um comentário